Sexta feira dia 4 de setembro de 2010
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Castelos do Açu (clique para ampliar) |
Mochilas prontas e pé na estrada, Leandro, Ismael, Geraldo e eu (Rogério) saímos de Andradas por volta das 23h30min rumo ao estado do Rio de Janeiro. Depois de viajarmos por toda a madrugada chegamos à cidade de Teresópolis por volta das 10h00min da manhã, pegamos nossos ingressos para fazer a travessia, deixamos o carro no estacionamento do "PARNASO" na portaria Teresópolis. Pegamos um taxi e seguimos para Petrópolis para então começarmos a travessia.
Depois de apresentada a autorização na portaria de Petrópolis, abastecidos os cantis e feito um bom alongamento iniciamos a primeira parte da trilha, já eram 12h40min. A trilha inicia se tranqüila em meio à vegetação e ao lado de um córrego. Pouco tempo depois já se inicia a subida, em toda a volta descobre se uma paisagem incrível com seus enormes e desafiadores paredões de rocha, na mente os pensamentos se misturam entre a tranqüilidade que toda a natureza oferece e a inquietude do desafio de alcançar o topo da montanha.
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Pôr do Sol 1ºdia (clique para ampliar) |
O desafio deste primeiro trecho da travessia, uma enorme e sinuosa subida de cerca de quinze quilômetros, acentuado pelo peso da mochila e pelos poucos e desconfortáveis instantes de sono durante a viagem, deixa o corpo cansado, ombros e pernas doloridos, mas a mente quer ir além e chegar ao fim desse desafio. Assim segue nossa caminhada com algumas rápidas paradas para breves descansos e continuamos subindo, sempre subindo, mais uma parada no mirante da pedra do queijo para apreciarmos o visual do vale cercado por seus enormes paredões. Mais um bom tempo de caminhada e uma parada no “Ajax” para reabastecermos nossos cantis e continuar nossa subida já nos últimos quilômetros de subida, o trecho conhecido como “Izabeloca”, todos encontravam se exaustos, olha se no horizonte e vê o sol se pondo por entre nuvens e montanhas, uma visão que nos dá mais forças e mais vontade de chegar ao nosso objetivo, mais alguns minutos de caminhada e acaba se a subida e já se avista “Os Castelos Açu”, uma formação de vários blocos de rocha que faz se lembrar uma enorme espinha de peixe, o nosso objetivo do primeiro dia e local onde montamos nosso acampamento.
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Acampamento 1ª noite (clique para ampliar) |
Montando o acampamento hora de preparar algo para comer, no “cardápio” sopão de lentilhas com calabresa frita, enquanto o Ismael, Geraldo e eu preparamos o jantar Leandro já está “desmaiado” na barraca, exausto, até porque foi quem mais dirigiu na madrugada e quem menos dormiu durante a viagem. Após todos alimentados Leandro, Geraldo e eu escalamos um dos blocos que forma “Os Castelos Açu”, (o Ismael preferiu ficar na barraca já que o mesmo não estava bem, com garganta inflamada e febre) desse bloco foi possível avistar a cidade do Rio de Janeiro, via se as luzes formando a orla carioca. Após apreciar essa exuberante vista recolhemos todos exaustos para as barracas, menos Geraldo que preferiu bivacar (dormir fora da barraca).
Na manhã seguinte levantamos, e escalamos novamente o mesmo bloco da noite anterior de onde foi possível ver o nascer do sol, em seguida preparamos o café da manhã, desmontamos acampamento e iniciamos mais um dia de caminhada.
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À direita a Pedra do Sino e à esquerda a Pedra do Garrafão
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Esse segundo dia inicia se com uma curta subida e já estamos no “Morro do Marco”, agora uma grande descida para o “Vale da Luva”, nesse trecho deve se tomar muito cuidado com falsas marcações, devido a tais marcações errôneas perdemos a trilha o que resultou em certo trabalho e alguns minutos perdidos para retornarmos para a trilha real, acaba se essa descida encontramos mais um ponto com água, novamente abastecemos nossos cantis e iniciamos uma longa e desgastante subida, um dos trechos mais puxados desse segundo dia. Depois de certo tempo concluímos essa subida e já estamos novamente maravilhados com o visual que o “PARNASO” oferece, estamos agora no topo do “Morro da Luva”.
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Elevador (clique para ampliar) |
Continuando no trajeto, por poucos instantes de distração, Ismael e Geraldo caminhavam alguns metros na frente, Leandro e eu íamos seguindo a trilha e pegamos um caminho errado em uma bifurcação da trilha, nesse momento não tínhamos contato visual com os outros dois membros do grupo, o que resultou em um longo tempo para retornarmos a trilha real e recompormos nosso grupo para assim seguimos nosso caminho. No final desse vale encontra se a “Cachoeirinha” trecho protegido por corrimãos, mais alguns metros e chegamos no “Elevador”, trecho onde sobe se uma rocha íngreme usando uma escada feita por vergalhões fixados na rocha, passado o “Elevador” avistamos a “Pedra do Garrafão” e a “Pedra do Sino” quase encobertas pela neblina que subia pelo “Vale da Morte”, mais uma descida e estamos no “Vale das Antas” onde paramos para um lanche ao lado do “Rio Soberbo”, um bom salame e algumas bolachas, energias recarregadas e seguimos, mais uma subida. Depois de um tempo caminhando chegamos no “Cavalinho”, trecho considerado o mais perigoso da travessia, um corredor íngreme a beira do abismo. Passando por mais esse obstáculo chegamos enfim ao topo da Pedra do Sino ponto culminante do PARNASO, de onde a vista era gratificante, de um lado o vale coberto de nuvens onde aparecia um pedacinho do topo da Pedra do Garrafão, de outro avistava se o Abrigo 4, distante apenas alguns minutos onde montamos nosso acampamento para a segunda noite depois de cerca de 8 horas de caminhada desgastante mas sempre com um visual que compensa qualquer esforço, neste segundo trecho quase sempre avistava se as nuvens centenas metros abaixo de nós, o que levava a imaginação de estarmos quase voando.
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Cavalinho (clique para ampliar) |
Acampamento montado, ainda é dia relaxamos um pouco e logo que começa escurecer é hora de preparar nosso jantar, “cardápio” miojo com carne de sol muito salgada. Depois de jantarmos para passar o tempo um bom jogo de baralho e um pouco mais tarde todos se recolhem novamente para dormir, Geraldo resolve bivacar de novo.
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No Topo da Pedra do Sino (clique para ampliar) |
Na manha seguinte Leandro, Geraldo e eu subimos a Pedra do Sino na esperança de ver o nascer do sol o que foi impossível devido a grande quantidade de nuvens que cobria o céu, retornamos para o acampamento para o café da manhã e mais uma vez desarmado acampamento iniciamos o terceiro e ultimo trecho da travessia, o mais tranqüilo, descemos todo tempo durante o trajeto, passando por algumas cachoeiras que infelizmente devido a época do ano apresentavam pouco volume de água. Após cerca de 3 horas e 30 minutos de caminhada já estávamos no fim da trilha, depois de um bom descanso apreciando a “Barragem do Beija-Flor” seguimos agora pela “Trilha Suspensa”, uma passarela de pouco mais de mil metros de extensão na altura da copa das árvores de onde pode se apreciar a flora da mata atlântica, terminada a mesma já chegávamos próximos ao nosso carro.
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Croqui (clique para ampliar) |
Atenção:
Segue algumas dicas:
Mochila: se for fazer uma travessia como essa, tenha muito cuidado ao preparar sua mochila, deve se levar o que for extremamente necessário, todo excesso de peso será um empecilho durante o trajeto, uma mochila pesada só causará dores nos ombros e na costa alem de aumentar seu cansaço. É aconselhável fazer o seguinte teste, monte uma mochila com o que você pretende levar para a travessia e caminhe por algumas horas com ela nas costas, com esse teste você saberá se consegue caminhar cerca de 8 horas em terreno difícil com todo esse peso nas costas. Caso você não consiga caminhar muito com essa mochila mas mesmo assim pretende fazer a travessia contrate um carregador.
O trajeto possui vários trechos onde pode se confundir o caminho, se no seu grupo ninguém conhecer bem o trajeto contrate um guia experiente para acompanhá-lo na travessia. Mesmo conhecendo o trajeto é aconselhável levar consigo mapas, bússola e GPS.
Esteja em perfeita saúde e forma física para fazer uma atividade desse tipo, alem de dormir bem na noite anterior, é aconselhável viajar de dia hospedar se em Petrópolis e iniciar a travessia na manhã seguinte.
Texto: Rogério
Revisão: Patty
COORDENADAS DOS PRINCIPAIS PONTOS DA TRILHA
GPS (os graus estão em UTM):
• Portaria do Parque (Petrópolis) – 0696819 / 7514508
49W 05' 14" , 22S 27' 52"
• Bifurcação Açú – Véu de Noiva – 0697976 / 7513904
49W 04' 33" , 22S 28' 11"
• Pedra do Queijo – 0697747 / 7513586
49W 04' 41" , 22S 28' 22"
• Ajax (água) – 0697727 / 7512508
49W 04' 41" , 22S 28' 57"
• Castelos do Açú – 0699359 / 7512188 – alt. 2.165 m.
49W 03' 44" , 22S 29' 06"
• Morro do Marco – 0700049 / 7512609 – alt. 2.160 m.
49W 03' 20" , 22S 28' 52"
• Água – 0700197 / 7512931
• Vale do Paraíso – 0700200 / 7513028
49W 03' 15" , 22S 28' 39"
• Dinossauro – 0700241 / 7513537 – alt. 2.225 m.
49W 03' 14" , 22S 28' 22"
• Crista – 0700897 / 7514103 – alt. 2.107 m.
49W 02' 51" , 22S 28' 03"
• Vale das Antas – 0701406 / 7514436
49W 02' 33" , 22S 27' 52"
• Pedra da Baleia – 0701890 / 7514459 – alt. 2.065 m.
49W 02' 17" , 22S 27' 51"
• Vale da Morte – 0702497 / 7514801
49W 01' 55" , 22S 27' 40"
• Pedra do Sino/Abrigo 4 – 0702918 / 7514922 - alt. 2131
49W 01' 41" , 22S 27' 36"
• Cota 2000 – 0703711 / 7515308
49W 01' 13" , 22S 27' 23"
• Abrigo 3 – 0703832 / 7515779
49W 01' 09" , 22S 27' 08"
• Barragem – 0705734 / 7515817 – alt. 1.191 m.
49W 00' 03" , 22S 27' 06"
Mapa: folha 1/50.000 de Itaipava.